Juliana Cristina Teixeira: (Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGAdm / UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)
RENATA ALVAREZ ROSSI: (Núcleo de Pós-Grad em Admin – NPGA / UFBA - Universidade Federal da Bahia) - (Programa de Desenvolvimento e Gestão Social - PDGS / UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Fabio Bittencourt Meira: (Prog de Pós-Grad em Admin/Esc de Admin – PPGA/EA / UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
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Lattes: http://lattes.cnpq.br/0555523196295968
Professor do CEPEAD/UFMG.
Ana Sílvia Rocha Ipiranga: (Programa de Pós-Graduação em Administração/PPGA / Universidade Estadual do Ceará/UECE)
Luiz Alex Silva Saraiva: (Centro de Pós-Grad e Pesquisas em Admin – CEPEAD / UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)
As cidades, enquanto uma junção de estruturas físicas espaciais, regras e direitos, atores, redes e saberes, culturas e diferenças, design e tecnologias, têm se apresentado de modo cada vez mais profícuo no campo dos Estudos Organizacionais, ampliando a sólida produção acadêmica interdisciplinar sobre o espaço urbano. No âmbito desta proposta, e dando continuidade ao tema de interesse dos anos anteriores, destacamos alguns aspectos associados à relação entre Cidade e Estudos Organizacionais: a perspectiva histórica, que situa os meandros da reflexão sobre o tempo na construção de espaços urbanos de história e memória; a perspectiva econômica, na qual se destacam a gestão e a criatividade como aspectos centrais; a perspectiva das margens que abriga múltiplos feixes associados a saberes e existências produzidos à margem do hegemônico; e, por fim, os processos relacionados a organização de territórios educativos na construção de cidades educadoras e inclusivas. Convidamos pesquisadores a submeterem artigos empíricos e ou teórico-conceituais para este tema de interesse a partir de diferentes posicionamentos epistemológicos e metodológicos que tenham como eixos as Cidades e os Estudos Organizacionais nos seguintes temas e tópicos, não exaustivos do tema:
Estudos organizacionais; Cidades; História da e da cidade; Gestão e economia criativa na cidade; Organização, Práticas e Dinâmicas sociais na cidade
Ana Flávia Rezende:
Josiane Barbosa Gouvêa:
Josiane Silva de Oliveira: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGADM / UFG - Universidade Federal de Goiás) - (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPA / UEM - Universidade Estadual de Maringá)
Este tema visa discutir desigualdades sociais produzidas no mundo do trabalho e nas organizações, bem como os privilégios dos grupos tidos como hegemônicos, considerando principalmente os seguintes eixos de opressão e exploração: raça e etnia, gênero, sexualidade e classe social. Privilegiamos estudos que partam de uma perspectiva interseccional, considerando não só como as diferenças constituem-se em desigualdades, mas também como se articulam no trabalho e nas organizações, gerando mecanismos de exclusão, discriminação e privilégios. Tais discussões têm ganhado destaque acadêmico e político, dada a crescente preocupação com a construção de um ambiente de trabalho, gestão e de organizações democráticas e inclusivas. Ressaltamos o interesse por pesquisas que evidenciem relações e dinâmicas de poder, enfatizando a dimensão política das diferenças em termos ideológicos, sócio-históricos e culturais. A visão de trabalho adotada inclui discussões relacionadas ao mundo do trabalho produtivo e reprodutivo, às organizações, à gestão e à administração pública e privada. No mesmo sentido, a concepção de organização inclui organizações públicas e privadas, não governamentais, associações, movimentos sociais, entre outras múltiplas dimensões organizativas da vida social. Convidamos estudos que abordem como as desigualdades sociais têm sido construídas e reproduzidas no trabalho, enfocando tanto grupos historicamente constituídos como subalternos (mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBT, pessoas com deficiência, etc.), quanto aqueles que ocupam lugares de privilégio (masculinidades, branquidades, etc.). Esse debate inclui análises sobre desigualdades no mercado de trabalho em nível nacional e/ou internacional; atuação de movimentos sociais e experiências organizacionais sobre os modos como as diferenças e desigualdades são vividas no trabalho, assim como sobre práticas de gestão direcionadas ao enfrentamento desse cenário. Destacamos, ainda, o interesse por trabalhos sobre as variadas perspectivas epistemológicas, teóricas e metodológicas, a exemplo de debates decoloniais e afrocentrados, incursões sobre novas agendas de pesquisa, ou outros eixos marcadores de diferenças não explicitados nesta proposta.
Diferenças; Desigualdades; Interseccionalidade; Organizações; Trabalho
Amon Barros: (Mestrado e Doutorado em Administração de Empresas - FGV/EAESP / FGV/EAESP - Fundação Getulio Vargas - Escola de Administração de Empresas de São Paulo)
Denise Franca Barros: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAd / UFF - Universidade Federal Fluminense)
Fernanda Tarabal Lopes: (Prog de Pós-Grad em Admin/Esc de Admin – PPGA/EA / UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) - (Prog de Pós-Grad em Admin - PPGA / CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais)
A partir de uma abordagem histórico-temporal, o tema explora as relações políticas, econômicas e psicossociais estabelecidas entre sujeitos, organizações e sociedades. Convidamos trabalhos que investiguem administração e organizações a partir de quaisquer paradigmas epistemológicos ou ontológicos. Entendemos as organizações de forma ampliada, contemplando empresas, mas também movimentos sociais, o cotidiano do trabalho, organizações familiares, ou educacionais.
Destacamos a experiência das pessoas e organizações no tempo e as representações dos sujeitos sobre a história, incluindo sua história de vida. Também esperamos textos utilizando métodos biográficos ou história de vida em suas abordagens. Trata-se do registro de memórias individuais e coletivas, de experiências e trajetórias resgatadas para transformação, emancipação e visibilização de coletividades e sujeitos.
São bem-vindos, ainda, o resgate de clássicos do pensamento social brasileiro e temas estruturantes da realidade país. Também aguardamos trabalhos investigando conceitos caros à história ou à memória. Igualmente para teorias psicossociológicas, dentre outras vertentes, que versem sobre biografias, história e história de vida.
São bem-vindos estudos que:
- Analisem como fontes e arquivos históricos contribuem para entender fenômenos organizacionais e sua articulação com o social e o político;
- Estimulem debates sobre a pesquisa histórica em administração e estudos organizacionais;
- Discutam os usos do passado nos estudos organizacionais e investiguem como as organizações criam e gerem seus acervos e arquivos documentais, construindo significados a partir de disputas entre memórias oficiais e memórias silenciadas;
- Sejam baseados em fontes tais como arquivos públicos, privados e/ou empresariais, jornais de época; filmes; documentários;
- Utilizem as abordagens teórico-metodológicas de História de Vida e/ou História Oral, nas quais se destacam: a centralidade no sujeito e em sua experiência vivida, importância da oralidade;
- Resgatem as relações entre políticas públicas
História das Organizações; História de Vida; Memória; Virada Histórica; Usos do Passado
Fabio Vizeu: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA / UP - Universidade Positivo)
Samir Adamoglu de Oliveira: (Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA / UFPB - Universidade Federal da Paraíba) - (IBEPES / Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais – IBEPES)
ARISTON AZEVEDO: (Escola de Administração / UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
O tema é voltado para o aprofundamento teórico-metodológico que contribua com a compreensão da relação entre as organizações e a subjetividade situada no imbrincamento entre a cultura/tradição, a linguagem e a mudança social. Partimos do pressuposto ontológico de que a realidade humana é construída socialmente e condicionada pela prática, especialmente aquela mediada pela interação linguística. Isto implica em se adotar o ponto de vista epistemológico de matrizes teóricas interpretativas, históricas e dialógicas, de onde decorrem a adoção de métodos qualitativos de base hermenêutica e crítica. Neste sentido, é preciso destacar a noção ampla de linguagem, vista sob a perspectiva da filosofia da linguagem e onde se destaca o aspecto comunicativo da ontologia sócio-linguística. Por isso mesmo, assume-se uma abordagem muito próxima da corrente de pesquisa denominada por “Communication Constitutes Organization”.
Tendo sido posto as premissas onto-epistemológicas do tema de interesse, abre-se espaço para trabalhos sensíveis a questões sociais contemporâneas sob três prismas: i) a perspectiva de mudança e emancipação; ii) o pressuposto da linguagem como articulador do social e do momento histórico, seja na construção de processos de dominação, seja na ideação de possibilidades de superação; e iii) a prática administrativa e organizacional como uma prática retórica.
Outro ponto de destaque para esse tema são as temáticas sociais denominadas como ‘grand challenges’ ou ‘wicked problems’, reconhendo a necessidade de implicação do campo científico-acadêmico da administração e organizações na construção de caminhos possíveis de superação e articulação na mudança social. Alguns temas que podem ser relacionados a esse ponto são a questão das fake News, a articulação/organização da sociedade civil pelos mecanismos digitais de comunicação social, a criação de departamentos e organizações especializados em discurso para a emancipação de minorias e o combate as diferentes formas de intolerância, entre outros assuntos.
Linguagem; discurso Organizacional; Mudança Social; Emancipação; Hermenêutica Crítica
Fernando Ressetti Pinheiro Marques Vianna: (Prog de Pós-Grad em Admin/Curso de Mestr Acadêmico em Admin/PPGA / UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
Francis Kanashiro Meneghetti: (Prog de Pós-Grad em Admin/Curso de Mestr Acadêmico em Admin/PPGA / UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná) - (Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade / UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
As inovações tecnológicas, enquanto ferramentas do neoliberalismo, têm produzido uma nova ordem econômica e social baseada em práticas veladas de extração, predição e vendas de dados. Essa exploração dos dados permite a maximização do lucro das organizações e potencializa a expropriação de direitos e de captura das experiências humanas, resultando em um discurso de solucionismo neutro tecnológico, indispensável para o crescimento e a produtividade das organizações. Essa racionalidade tecnológica tem permitido a reconfiguração das relações laborais e desarticulação dos trabalhadores, bem como o controle das ações e disputa de poder por meio de aplicativos de serviços, mídias sociais e gestão algorítmica.
Nesse sentido, esse fenômeno apresenta como efeito colateral: a acentuação da (re)produção de desigualdade, exclusão e discriminação social. Problematizar a ética das tecnologias digitais, desvelando suas predisposições de (re)produzir privilégios e os seus compromissos de manutenção de lógicas hegemônicas, torna-se uma agenda necessária e que contribui para a discussão da discriminação por gênero, raça, entre outras importantes questões denunciadas nas relações sociais.
A chamada pretende reunir abordagens e métodos plurais, e almeja instigar o desenvolvimento de pesquisas sobre o mundo digitalizado e os estudos organizacionais, focando nas assimetrias de poder entre usuários, trabalhadores, plataformas digitais, tal como, o papel do Estado na mediação e controle dessas relações.
Para isso, são propostas seis temáticas principais:
1)Capitalismo de vigilância, colonialismo de dados e mediação algorítmica;
2)Trabalho digitalizado, cultura de vigilância e gestão por algoritmo;
3) Digitalização como ferramenta de desigualdade, exclusão e discriminação (posições sociais, raciais, de gênero entre outras);
4)Poder e tecnorresistência;
5) Mídias Sociais e identidade;
6) A relação entre a digitalização e os contextos atípicos, como as consequências da pandemia da COVID-19, e suas repercussões nas e pelas tecnologias digitais.
Capitalismo de vigilância; colonialismo de dados; gestão por algoritmo; desigualdade digital; plataformas digitais
Manolita Correia Lima: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA / ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo - Associação Escola Superior de Propaganda e Marketing)
Fernanda Geremias Leal: (Secretaria de Relações Internacionais (SINTER) / UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)
Elisângela Prado Furtado: (Prog de MestrProf em Admin: Gestão Contemporânea das Organizações / FDC - Fundação Dom Cabral)
Desde sua gênese, as universidades estão submetidas a processos de transformação e a movimentos que colocam suas razões de ser em xeque. Os esforços para justificar sua relevância têm exigido capacidade de reconfiguração, preservando as responsabilidades originais e sugerindo novos desafios. Contudo, a historiografia da universidade permite afirmar que suas transformações nunca foram capazes de satisfazer plenamente às expectativas sociais. Frente à centralidade de uma instituição cujos compromissos ultrapassam os campos do ensino, da pesquisa e da extensão, pretende-se fomentar o debate sobre a universidade, sobretudo a pública. Nesse sentido, espera-se receber textos nestes tópicos: educação superior como direito humano universal; autonomia e liberdade acadêmica; limites éticos e políticos da universidade; gestão universitária contemporânea; formas de proteção contra a universidade mercantilista, corporativista e negacionista; questões emergentes sobre internacionalização, ranqueamentos e suas implicações; limitações orçamentárias e padrões de excelência de produção e difusão de conhecimento; responsabilidades quanto à inclusão social e à redução de desigualdades; disfuncionalidades e zonas de obsolência; interdisciplinaridade; relação entre educação e formação cidadã e a democratização do acesso aliada aos desafios da permanência discente; responsabilidades dos servidores técnico-administrativos em educação na gestão universitária e em atividades-fim, notadamente na pesquisa e na extensão; bem como aprendizado a partir das arquiteturas universitárias e os novos arranjos institucionais criados a partir do REUNI. Espera-se que os textos favoreçam o entendimento de caminhos deliberados e/ou emergentes para a rede de instituições de ensino superior em tempos de demandas crescentes, de escassez de meios e de incertezas – potencializadas por novas relações sociais, tecnologias de produção e comunicação e restrições sanitárias pós-pandemia. Nesse sentido, priorizam-se estudos sobre o âmbito público da educação, traduzido em projetos universitários arrojados e socialmente relevantes, suportados por abordagens teórico-metodológicas críticas e propositivas, voltadas à tríade ensino, pesquisa e extensão, mas, também, à gestão universitária.
educação superior; universidade pública; universidade contemporânea; universidade não-hegemônica; internacionalização
Elcio Gustavo Benini: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAD / UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) - (Mestrado profissional em Administração Pública em Rede Nacional (Profiap) / UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)
THIAGO CHAGAS SILVA SANTOS:
Romulo Carvalho Cristaldo: (Profiap - Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional / UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados) - (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAD / UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)
Esta proposta temática tem por objetivo reunir artigos e resultados de investigação envolvendo temáticas relacionadas às organizações, à economia política e à governança global. Em particular, espera-se que estas (i) se fundamentem em base econômica e macrogerencial, (ii) a partir de perspectivas crítico-reflexivas, (iii) considerando as interfaces de integração entre as organizações e a sociedade, especialmente, a relação entre modelos de desenvolvimento e modelos de gestão.
As discussões podem abarcar desde a construção de arranjos políticos e seus respectivos blocos no poder, até estudos que busquem analisar o processo de integração de organizações ao capitalismo. O escopo da abordagem perpassa o nível local, nacional, regional ou global, fazendo uso das terias do imperialismo e do sistema-mundo.
Nesses termos, pretende-se dar espaço para abordagens das organizações que ultrapassem as dinâmicas idiossincráticas ou voltadas especialmente para aspectos funcionais e institucionais, levando em conta também as desiguais relações de poder, os conflitos de classes, questões político-ideológicas e institucionais dos projetos de desenvolvimento e suas implicações sobre as relações sociais que sustentam a reprodução social.
Finalmente, partindo-se dessa perspectiva, busca-se discutir os limites e possibilidades de construção de experiências contra hegemônicas de organização em diferentes contextos políticos, além de aprender com experiências alternativas, fundadas, especialmente, em ideários de solidariedade.
São de interesse as seguintes temáticas:
Cada uma dessas linhas pode ser desdobrada em diferentes subtemas. São bem-vindos trabalhos teóricos e empíricos que problematizem as perspectivas aqui listadas.
Organizações; Economia política; Governança global
Ana Paula Paes de Paula: (Centro de Pós-Grad e Pesquisas em Admin – CEPEAD / UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)
Maurício Roque Serva de Oliveira: (Programa de Pós-Gradução em Administração / UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)
O ambiente acadêmico nacional já assimilou a necessidade da reflexão sobre a produção do conhecimento científico a respeito das organizações e da prática administrativa. A epistemologia está inserida como disciplina específica, ou como tópico particular de discussão na maioria das grades curriculares dos Programas de Pós-Graduação em Administração. Epistemologia também é tema central de eventos científicos, como no caso do Colóquio Internacional de Epistemologia e Sociologia da Ciência da Administração, e diversas vezes já recebeu, por parte de periódicos da área, edições inteiramente dedicadas à sua discussão. No âmbito da ANPAD, o Tema foi criado em 2009, na Divisão de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade (EPQ), e, em 2010, na Divisão de Estudos Organizacionais (EOR). Enquanto estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento e de seus produtos, a epistemologia ocupa um lugar importantíssimo para o exame crítico de nosso próprio produzir ciências e saberes, auxiliando-nos, desta forma, na tomada de consciência crítica de nossa prática cotidiana.
Para a Divisão EOR, a proposta é que o tema seja dedicado à epistemologia nos estudos organizacionais e busque focalizar a reflexão sobre a produção de saberes e conhecimento científico dos fenômenos organizacionais e administrativos, como também discutir as condições sociais de produção desse conhecimento, sempre com o intuito de promover diálogos entre epistemologias e disciplinas. Com esses objetivos, o tema contempla as diversas abordagens epistêmicas (positivismo, funcionalismo, estruturalismo, institucionalismo, interpretativismo, teoria crítica, marxismo, pragmatismo, pós-estruturalismo, realismo crítico, pós-crítica, entre outras), a partir de contribuições de disciplinas como administração, sociologia, antropologia, filosofia, história, semiótica e psicanálise. Ontologia e metodologia podem ser abordadas, mas a partir da articulação dessas com as epistemologias, construindo-se princípios, argumentos, hipóteses, procedimentos, resultados, interpretações e práticas para analisar criticamente as diversas abordagens ou correntes epistemológicas.
Epistemologias em Estudos Organizacionais; Teorias em Estudos Organizacionais; Metodologias em Estudos Organizacionais; Campo científico e condições sociais de produção do conhecimento; Interdisciplinaridade
Gabriel Farias Alves Correia:
Elisa Yoshie Ichikawa: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPA / UEM - Universidade Estadual de Maringá)
Luciano Mendes: (Prog de Pós-Grad em Admin/Esc Sup de Agricultura “Luiz de Queiroz” - PPGA/ESALQ / USP - Universidade de São Paulo)
O presente grupo de trabalho objetiva fomentar, visibilizar e articular pesquisas sobre práticas organizativas que rompem, desestabilizam ou abrem brechas e fissuras às lógicas de trabalho neoliberal, principalmente aquelas referentes ao universo do que é dito “popular”: negócios, comércio, artes, festas, economias informais, coisas do povo invisibilizadas que, de alguma forma, resistem ao sistema mundo globalizado.
Propomos fomentar a reflexão sobre os processos de produção e de organização de diferentes espaços, saberes e poderes: a casa, a rua, a cidade, grupos, organizações populares. O olhar se volta para os outros modos de existir e organizar que frequentemente são ignorados ou ativamente invisibilizados dentro de um mainstream da administração e que constituem múltiplas possiblidades de romper com pensamentos e práticas totalizantes na área.
Em um momento em que dispositivos e maquinários do poder buscam controlar e dar uma forma única à vida em meio a um capitalismo global, a resistência se intensifica justamente sobre a vida, na sobrevivência e criação de outros modos de ser e organizar que escapam, escorregam e invertem os jogos dados (FOUCAULT, 2017; LAZZARATO, 2014). Neste cenário, como indicado por Pelbart (2000, 2003, 2016), mapear outros modos de existir torna-se um projeto relevante, destacando multiplicidades que não permitem serem englobadas pelos maquinários totalizantes do poder. Na área de Estudos Organizacionais, outros modos de organizar que constantemente sobrevivem e se recriam num cotidiano formam um reservatório de saberes menores e potencialidades de superação de seu status quo.
Embasados por construções teóricas múltiplas, elaboradas por autores como Benjamin, Foucault, Deleuze, Guattari, De Certeau, Lazaratto, Negri, Didi-Huberman, Pelbart, entre outros, ressaltamos os conceitos de experiência, heterotopias, resistência, popular e fazer cotidiano para visibilizar práticas populares de resistência histórica (DIDI-HUBERMAN, 2011) que possibilitam modos de existência (PELBART, 2016) dissonantes aos modelos de negócio segundo o mainstream administrativo, baseados no trinômio avaliação,
Modos de existência; Práticas organizativas; Cotidiano; Resistência; Popular
Mário Sacomano Neto: (Programa de Pós-Graduação em Administração e Sociedade - PPGASo / Universidade Federal de São Carlos - UFSCar)
Raphael Jonathas da Costa Lima: (Mestr Prof em Admin/Prog de Pós-Grad em Admin - MPA/PPGA / UFF - Universidade Federal Fluminense)
Francielli Martins Borges Ladeira: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPA / UEM - Universidade Estadual de Maringá)
Diferentes mercados e seus processos, tais como competição, cooperação, risco, avaliação e valoração, impactam as organizações, suas estratégias, estruturas e governança. Poder, política, moralidade, as leis e interesses também são aspectos relevantes para a compreensão da construção de mercados e de como as organizações nele se relacionam. Além disso, a diversidade institucional é influenciada fortemente por agentes econômicos. Tomando esses fenômenos em consideração, a Sociologia Econômica é uma das áreas que mais tem contribuído e ainda apresenta grande potencial para estimular novas teorizações no campo de Estudos Organizacionais. Esse ramo da sociologia tem ampliado o entendimento da ação econômica, principalmente ao transpor os pressupostos racionalistas da Teoria Econômica Tradicional e privilegiar aspectos culturais, sociais, cognitivos e políticos na dinâmica dos mercados e das organizações. Entendemos que o caráter distintivo da Sociologia Econômica, entre tantas outras teorias em Estudos Organizacionais, é a concepção de ação econômica imersa (embedded) socialmente e a sua relação com mercados, organizações e instituições. Portanto, tendo como objetivo o aprofundamento do conhecimento na área de Estudos Organizacionais acerca da relação entre Mercados, Organizações e Instituições, destacamos que são bem-vindos nesse tema trabalhos teórico-empíricos e ensaios de várias perspectivas teóricas, tais como: Sociologia Econômica, Sociologia dos Mercados, Economia Política, Socio-Economia, Nova Economia Institucional, Teoria Institucional, Análise Institucional Comparativa, Teoria dos Campos, Análise de Redes Sociais e Ciência Política. O tema está aberto a trabalhos de natureza tanto qualitativa quanto quantitativa.
Mercados; Sociologia Econômica; Ação Econômica; Imersão Social; Teoria Institucional
Letícia Dias Fantinel: (Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGAdm / UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)
Marina Dantas de Figueiredo: (Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA / UNIFOR - Universidade de Fortaleza)
YUNA SOUZA DOS REIS DA FONTOURA: (Mest Executivo em Gestão Empresarial / FGV/EBAPE - Fundação Getulio Vargas - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas)
A COP26 - onde se discutiu o Relatório do IPCC sobre Mudanças Climáticas - levantou um alerta sobre a urgência de cortes sustentados nas emissões de gases de efeito estufa e a necessidade de se agir “glocalmente” para, pelo menos, mitigar (e se adaptar a) os efeitos negativos do Antropoceno. Alguns autores argumentam que o termo “Antropoceno” poderia ser um “Capitaloceno” (Moore, 2016) ou um “Econoceno” (Norgaard, 2013), um “Tecnoceno” (Hornborg, 2015) ou mesmo um “Plutoceno” (Glikson, 2017), entre outros, para representar as desigualdades inerentes ao capitalismo global, em que a exploração da natureza e as emissões de gases de efeito estufa são “justificáveis” para o benefício de poucos (Ergene et al., 2020). Extinções, ecocídios, desastres, crises climáticas e de saúde, entre outros, são fenômenos profundamente relacionados às estruturas de dominação e exploração que se desdobram em práticas organizacionais marcadas pelo excepcionalismo humano, individualismo, desigualdade e racismo ambiental. Também argumentamos que as organizações (o organizar, a ação humana organizada) são grandes agentes de destruição da natureza (Banerjee, 2008; Shrivastava, 1994) e pouco tem sido feito em termos de mudanças realmente efetivas na forma como as práticas organizacionais são engendradas. O mesmo vale para as teorizações sobre isso (Kallio; Nordberg, 2006; Cunha et al., 2008; Banerjee, 2011; Heikkurinen et al., 2016; Jermier; Forbes, 2016; Ergene; Calás; Smircich, 2018). Dito isso, já que somos convidados a “seguir com o incômodo” (Haraway, 2016) colocado pelo Antropoceno, convocamos artigos que reflitam criticamente sobre o papel dos diferentes atores (humanos, não humanos e coletivos multiespécies) na crise climática; (in)segurança alimentar, hídrica e energética; formas alternativas de organização, resiliência, resistência e (re)existência; políticas ambientais; teorias críticas de RSC e sustentabilidade corporativa; bem como artigos que encorajem o uso de metodologias e epistemologias não convencionais para empoderar vozes e realidades silenciadas na sociedade, especialmente do Sul.
Antropoceno; Organizações; Natureza; Conflitos; Não-humanos
Aline Lourenço de Oliveira: (Programa de pós-graduação de gestão pública e sociedade / Universidade Federal de Alfenas)
Fernanda Mitsue Soares Onuma: (Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Sociedade (PPGPS) / UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas/MG)
reprodução social; maternidade; trabalho reprodutivo; encarceramento; educação
Felipe Fróes Couto: (PPGDEE - Programa de Pós-Graduação Profissional em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial / UNIMONTES - Universidade Estadual de Montes Claros) - (PPGDS - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social / UNIMONTES - Universidade Estadual de Montes Claros)
Jussara Jessica Pereira: (Centro de Pós-Grad e Pesquisas em Admin – CEPEAD / UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)
Caio Coelho: (Prog de Pós-Grad em Admin/Esc Sup de Agricultura “Luiz de Queiroz” - PPGA/ESALQ / USP - Universidade de São Paulo)
Ativismo Poltíico-social; Responsabilidades Social Corporativa; Irresponsabilidades Organizacionais; Direitos humanos; Ética nas Organizações