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No último dia 2 de maio de 2022, a RAC recebeu a notícia de que foi aceita para compor a base Scopus. Trata-se do alcance de um objetivo que a revista perseguia desde 2017, evidenciando a evolução da qualidade editorial da RAC ao longo do tempo. Como já mencionei em textos anteriores, a RAC é uma construção de múltiplas mãos em que muitas pessoas colaboram no desenvolvimento da revista. Assim, em nome da revista, agradeço a todos(as) os(as) autores(as), leitores(as), revisores(as), equipe administrativa, editores(as) e à ANPAD por possibilitarem com os seus trabalhos que a RAC se consolide como um dos principais periódicos de administração do Brasil e avance para ser uma revista reconhecida internacionalmente. A indexação na Scopus, juntamente com o aparecimento na Academic Journal Guide, por meio da famosa lista ABS, faz com que a RAC esteja agora no radar de autores(as) e leitores(as) de todo o mundo.
Por outro lado, o avanço no prestígio da RAC aumenta a nossa responsabilidade no aprimoramento da qualidade do que a revista publica. Nesse sentido, é preciso continuar melhorando a qualidade do que é submetido à revista juntamente com as revisões que são realizadas. Um processo editorial em que as revisões consigam ajudar os(as) autores(as) a desenvolverem suas ideias e propostas é fundamental para que a qualidade das publicações aumente juntamente com o interesse no que a RAC publica.
Outro ponto que precisa ser reforçado é o foco e o escopo da RAC. Consolidar a identidade da revista como um periódico em que os temas da administração precisam, necessariamente, estar conectados aos grandes problemas e debates sociais é o que garante a contemporaneidade da RAC. Portanto, a RAC busca publicar artigos que mostrem como a administração colabora na mitigação e superação de problemas sociais que extrapolam o espaço da gestão dentro de organizações, de modo que administrar não seja apenas olhar para dentro. É preciso pensar como o administrar e o gerir se relacionam com as coisas que acontecem também fora das organizações. Isso faz com que conceitos como ética, sustentabilidade e responsabilidade social possam, de fato, orientar as práticas de gestão. É como eu costumo dizer, não é praticar o discurso, mas olhar e focar o discurso na prática! Aí está o interesse de publicação da RAC.
Por fim, cabe ressaltar que a conquista da RAC, que se soma a outras revistas brasileiras que já estão indexadas na Scopus, evidencia o desenvolvimento da qualidade das revistas nacionais, assim como do que elas publicam. Isso significa, na prática, que a academia brasileira de administração vem crescendo e evoluindo significativamente tomando como referência bons padrões internacionais de pesquisa e publicação. Reconheço que as críticas (pertinentes) da nossa comunidade brasileira de administração sobre as publicações em inglês ou sobre o excesso de estrangeirismos em nossa produção intelectual são pontos de reflexão que revelam desafios. Por outro lado, não há como negar que também estamos conquistando espaços internacionais com as revistas brasileiras que buscam atuar dentro dos padrões internacionais. Essas revistas podem garantir espaço e voz no contexto internacional das agendas nacionais que pouco ou nenhum espaço encontram nos periódicos internacionais (especialmente o de maior prestígio). A RAC busca ser uma revista brasileira de padrão internacional em que a palavra “internacionalização” significa (necessariamente) troca e não de submissão ou puro mimetismo.
A RAC está feliz com o presente de 25º aniversário que recebeu!
O Prof. Marcelo de Souza Bispo (PPGA/UFPB) é editor-chefe da RAC no triênio 2021-2024.